Os avanços das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) têm impactado também a Educação. Educadores afeitos ao pó-de-giz, que ainda rejeitavam tecnologias digitais, muitos sem nunca as terem utilizado, estão sob pressão.
Contudo, uma boa parcela dos docentes está buscando inserir as TDICs em seus planos de aula, desejando descobrir modos de integrar as novas tecnologias a sua prática pedagógica, pois entenderam que resistir parece inútil.
O “Ensino Híbrido”, usado predominantemente durante a Pandemia, já existia há 30 anos em sistemas educacionais de países desenvolvidos. É uma metodologia pedagógica que mescla atividades presenciais com exercícios on-line. A literatura especializada a denomina de Blended-Learning e aponta como seus diferenciais metodológicos: a ampliação do acesso a informações complementares ao conteúdo curricular, a diversificação das formas de aprender e o aumento do compromisso do estudante com a construção do próprio saber.
As TDICs, na metodologia Blended-Learning embarcadas em plataformas on-line, possibilitam a personalização da aprendizagem, pois rastreiam as ações do aluno, revelando suas forças e fragilidades, através de indicadores e métricas monitoráveis. Com acesso às analíticas de aprendizagem (learning analytics), o professor pode planejar atividades específicas e elaborar trilhas de conhecimento que proporcionem a melhoria do desempenho customizado de cada aluno.
No Brasil, o Ensino Híbrido ainda não é praticado com esse nível de sofisticação. Vem sendo usado como aula on-line que, por vezes, não passa de uma repetição da prática da aula tradicional em um novo ambiente, o digital. Ou seja, é mais do velho no novo.
No entanto, uma janela de oportunidade se abre para a educação hoje: o desafio de descobrir modos de usufruir o novo no novo. A questão que se coloca: como as potencialidades pedagógicas das novas tecnologias podem ser exploradas para atingir mais engajamento e atender as expectativas de aprendizado dos estudantes atuais?
A complexidade deste desafio está em criar uma forma inovadora de harmonizar as mediações presenciais do professor com as intervenções didáticas remotas executadas em plataformas tecnológicas. Encontrar o ponto de equilíbrio entre o ensino presencial e o remoto será o golpe de mestre. Em outras palavras, inventar como tornar a educação “Figital” parece ser a sacada disruptiva que poderá garantir engajamento, foco e aprendizado essenciais às demandas educacionais do Século XXI.
Em concomitância, será preciso desenvolver um ambiente digital inédito, que consiga compatibilizar as vantagens transacionais da comunicação face a face professor-aluno com as funcionalidades e feedbacks personalizados que as tecnologias digitais entregam.
Assim, será possível vislumbrar os ganhos de novas formas de aprender no novo ambiente digital, preservando a relevância do professor na condução dos alunos ao protagonismo da sua própria aprendizagem.
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